Grande Confronto

19 de Junho | 2024

Salve, salve! Aqui quem fala é o Dr. JP e esse relatório bobológico vem diretamente de uma quarta-feira de TMO (Transplante de Medula Óssea) na unidade infantojuvenil do Hospital de Amor.

Então, eu e meu grande parceiro Dr. Balako chegamos naquela parte da TMO, aquela parte lá, sabe? Que tem um balcão, umas pessoas trabalhando, alguns leitos e umas cadeironas de aspecto confortável… É lá sabe? (Logicamente que eu poderia muito bem falar o nome certo desta parte do hospital, apenas não estou com energia para isso).

Neste dia só tinha um jovem ocupando esse grande espaço. Ele estava sentado em uma dessas cadeironas de aspecto confortável. Detalhe fatídico: este jovem era um adolescente, daqueles que parecem não dar muita trela para palhaços bobologistas.

O rapaz mexia no celular e mesmo com nossa abundante presença, esse rapaz, que a partir de agora vou chamar de Breno, nem olhava para nozes! Dr. Balako tentava puxar assuntos utilizando de sua conhecida astúcia verbal, porém, NADA!

Estávamos sendo ignorados igual água mole em pedra dura, que não consegue furar. Fui discretamente ao lado de Breno para ver o que ele tanto fazia. Ele estava jogando no celular (podia ser um jogo online, então seria justificável ele se manter focado), mesmo assim, a ‘Dona Comunicação’ estava passando longe daquele encontro. O jogo era um RPG e tinha uma estética similar ao de animes (tipo Naruto, sabe?). Breno selecionava uma personagem e esse soltava um poder com uma animação gráfica, era um jogo realmente muito belo. Breno repetia a ação, selecionava uma personagem e essa personagem soltava um poder. Olhei bem aquelas técnicas e ativei minha capacidade de aprendizado por osmose, senti a energia vital se esgueirando pelo meu corpo.

– Dr. Balako, acho que estou aprendendo como se faz.

Concentrei minha energia na palma da mão e tasquei um poderzão na direção do Balako. Ele, depois de se recuperar do golpe, também usou suas grandes habilidades e revidou tascando um poderzão em mim também!

Começamos um diálogo profundo em japonês (pelo menos em onomatopeia) e conforme praticamos, nossas habilidades foram aumentando. Fizemos poses, corremos, fomos arremessados pelo local ao receber as rajadas de poder um do outro. Juntaram-se em volta várias pessoas do hospital para assistir esse incrível confronto entre Dr. Balako-kun, e Dr. JP-sama. Ao fim, reconhecemos o poder um do outro e acabamos nos tornando amigos. E o Breno em tudo isso?

Ele continuava com a cara enterrada no celular, mas a sua expressão já não estava mais tão séria. Seus lábios tremiam e ele se esforçava muito para não soltar uma gargalhada. Dentro dessas condições, foi esse nosso encontro com Breno.

Hospital de Amor Infantojuvenil
Dr. João Pimentão