Carinho Feijoada

09 de Setembro | 2024

Mais um dia comum pelos corredores do Hospital São Judas Tadeu, mais uma visita (a mesma paciente que já vimos tantas vezes) e mais uma oportunidade para contar uma história diferente.

Estávamos eu (Dra. Alavanka), ele, Dr. Baltazar e o outro ele, Dr. Figuerino, quando entramos no quarto dela que, naquele momento, recebia um carinho de… pé?

Sim, seu marido, deitado no sofá ao lado da sua cama, fazia um estranho carinho de pé nela. Comentando sobre o tal carinho incomum – quantas coisas incomuns num hospital de cuidados paliativos, não é mesmo? – até que Dr. Figuerino lembra que existe uma música que foi feita sobre isso! E canta: “CARINHO DE PÉ PAPA, PARARARÁ! CARINHO DE PÉ PAPÁ, PARARARÁ!”

Enquanto eu e o Dr. Baltazar demonstrávamos o carinho de pé no ritmo embalado pelo Dr. Figuerino, observávamos de canto a paciente e acompanhante, se divertindo com o fato de a gente ter copiado a moda que eles mesmos inventaram! Então, nos lembramos também do clássico: o carinho de mão! Eu e Baltazar íamos demonstrando ao ritmo de “CARINHO DE MÃO PAPÁ, PARARARÁ! CARINHO DE MÃO PAPÁ, PARARARÁ!”

Seguimos assim pelo carinho de joelho, orelha, cotovelo… até que tive uma ideia: SE A GENTE JUNTAR TODAS AS PARTES, A GENTE TEM O CARINHO FEIJOADA!!!! E assim eu e Dr. Baltazar nos embalamos no carinho feijoada com todas as partes que tínhamos direito ao som de “CARINHO FEIJOADA DADÁ, DARARARÁ! CARINHO FEIJOADA DADÁ, DARARARÁ!”

E foi assim que eu descobri o carinho mais gostoso e brasileiro de todos os tempos, graças a um carinho de pé! Viva o carinho feijoada!

Hospital São Judas Tadeu
Dra. Alavanka Motolovs de Capote Valente