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Issao Imamura, por meio do Instituto Sociocultural, realiza palestra para os colaboradores do Hospital de Amor
Sonhos, superações e encantamento marcaram a trajetória do maior ilusionista do Brasil, Issao Imamura. O profissional é considerado, perpetuamente, o primeiro e maior ilusionista da história brasileira pelo conjunto de obras inéditas, realizadas por mais de duas décadas, e que não foram superadas até os dias atuais.
Issao começou na arte da mágica em 1978 e, por 30 anos, ele estudou e se aperfeiçoou para palestrar em grandes organizações do Brasil e do exterior, inclusive, ele também já atendeu corporações de valiosas marcas, de acordo com a Forbes.
Na terça-feira, 26 de março, Imamura conheceu o complexo do Hospital de Amor, localizado em Barretos (SP) e, com o apoio do Instituto Sociocultural, palestrou para os colaboradores da instituição.
No decorrer da conversa com os profissionais, o ilusionista compartilhou com o público que, durante a sua infância, ele teve diversos desafios e desilusões, porém, conheceu uma pessoa que lhe ensinou alguns truques de mágica e, então, o seu pensamento mudou. Com o passar dos anos, ele se formou em Direito pela Universidade de São Paulo (USP), como era o desejo dos seus pais, no entanto, ele resolveu deixar a área de lado para seguir o seu sonho e o seu coração: ser um ilusionista e representar o seu país em campeonatos de mágica e ilusionismo.
Ele se dedicou, estudou, se aperfeiçoou e em 1993, de forma inédita na história, Imamura fez a primeira materialização ilusionista de grande porte no Brasil: um caminhão de 4 metros de altura e que pesava 7 toneladas.
Na entrevista com Issao Imamura, ele compartilhou detalhadamente o seu relato e a sua motivação para ser ilusionista. Ao questioná-lo sobre os propósitos e objetivos da vida, ele relatou:
“O ilusionismo para mim era um sonho que foi construído em cima de um rancor e não do amor e, no fim, eu entendi que esse sentimento torna o resultado egoísta. Ou seja, no fundo, eu queria ser um grande ilusionista para provar, não só para mim, mas para todos que estavam em minha volta (inclusive para aqueles que zombavam da minha cara dizendo que eu não era um brasileiro devido aos meus traços e características asiáticas).
Foi nesse período que eu desenvolvi o sentimento de rejeição e de não pertencimento, e foi na mágica que eu me encontrei. No entanto, ao invés de eu usar a prática como estratégia para eu me relacionar com as pessoas de uma forma bondosa, eu entendi que poderia ser o instrumento de demonstração de poder, e então, eu elevaria a minha autoestima através de uma arte que mostrava que eu tinha mais poder que outra pessoa, pois eu sabia de um segredo que outra pessoa não sabia. E foi assim que eu me tornei um mestre do desvio de atenção.
Mas, quando o vazio no meu coração tomou conta, eu entendi que o meu legado não era esse. A minha missão era levar vida onde havia morte, pois, foi quando uma mulher que cometeria suicídio relatou para mim que ela desistiu de tirar a sua vida por causa de uma palavra e de um ato ilusionista que eu fiz durante um espetáculo que ela assistiu. Então, eu entendi que aquilo que eu fazia era muito mais do que um simples ato artístico ou apenas um elemento cultural. Muito mais do que isso, era uma poderosa ferramenta, quando usada de forma sábia para levar esperança e fé para aqueles que tinham desistido.
Foi neste momento que eu tomei uma grande decisão de levar aquilo que faria diferença para as pessoas: fazer elas terem uma nova consciência de que o trabalho que elas desenvolvem, quando feito com amor, faz toda a diferença para todos que usufruem do resultado gerado.”
A partir desta fala, é perceptível que a sua história e o seu legado são atrelados aos valores da instituição. O pilar do Hospital de Amor é tratar o paciente oncológico com humanização, carinho, afeto e amor, como o próprio nome cita. Levando isso em consideração, Imamura compartilhou o seu sentimento sobre palestrar para os colaboradores.
“Como é bom quando a gente tem a consciência do papel que temos que desempenhar aqui na terra e essa consciência não vem do humano. Como é bom quando você tem a convicção que Deus deu o talento e o dom para você explorar e fazer diferença neste lugar, para as pessoas com quem você encontra. E foi assim que eu me senti quando estava diante dos colaboradores do Hospital de Amor”, relatou o ilusionista.
Para que a palestra ficasse ainda mais interativa, Imamura convidou alguns colaboradores ao palco para ajudá-lo com alguns truques. Ao perguntar para a aluna de mestrado acadêmico do Hospital de Amor, Marilia Elias, sobre a experiência, ela compartilhou que foi bem legal. “Ele trouxe excelentes exemplos da vida dele para nos mostrar que sempre pode haver uma chance de ter uma vida melhor, apesar das circunstâncias. Além disso, a dinâmica que ele fez com os trabalhadores do Hospital de Amor fez com que pudéssemos nos conectar uns com os outros e conhecer as diferentes culturas das pessoas que trabalham na instituição, por exemplo, a ‘Sembereba de Buriti’, do meu estado (Tocantins)”.
Outra colaboradora que teve uma participação especial durante um dos atos, foi a Analista de Marketing, Maristela Domingues. “O ‘Cuidando de Quem Cuida’ é uma iniciativa muito especial do HA, que traz pessoas com relatos, histórias e projetos incríveis para motivar ainda mais os colaboradores da instituição. E este último, com a presença do querido Issao Imamura, foi incrível! Enquanto contava trechos de sua renomada trajetória, o ilusionista apresentava truques, interagia com a plateia e impressionava, sempre com uma mensagem de incentivo e coragem. Com certeza, uma experiência que ficará marcada para sempre em nossas vidas!” afirma ela.
Por fim, o aprendizado que Issao Imamura nos ensina ao longo da palestra é: aprenda a superar os desafios e as adversidades que têm durante a vida, pois, “o fracassado não é aquele que cai, mas sim aquele que cai e permanece no chão. Por isso, levante-se e olhe sempre para cima, para aquela referência que está no céu, daquele que amou a humanidade, o Criador.”
O evento teve mais de 700 inscrições e foi viabilizado pelo Ministério da Cultura, por meio do PRONAC (Lei Rouanet). Durante o evento, também teve uma intérprete de libras.
Doações
O Hospital de Amor (atual nome do Hospital de Câncer de Barretos) recebe pacientes de todos os estados do Brasil, oferecendo atendimento 100% gratuito. A instituição conta com profissionais altamente qualificados e realiza um importante trabalho para aumentar os índices de cura e sobrevida. Porém, nada disso seria possível sem o apoio dos diversos segmentos da sociedade, como pessoas físicas e empresas.