No dia 13 de agosto, o Instituto Sociocultural teve o prazer de receber o Cavaleiro das Américas, Filipe Masetti, para mais uma edição especial do Cuidando de Quem Cuida.

Parceiro de longa data do Hospital de Amor, o jornalista e aventureiro cowboy trilha a sua história com o propósito de ajudar o próximo.  Ao questioná-lo sobre a sua conexão com a instituição, ele relembra:

“[…] Eu carregava a logo do Hospital de Amor na minha camisa, mas como eu morei no Canadá desde criança, eu nunca tive a oportunidade de conhecer a instituição e tinha muita vontade, porque já havia ouvido falar muito. Quando eu cheguei em Barretos (SP), pedi para Os Independentes, que também são parceiros do HA, para me levarem para conhecer o hospital.

Acredito que todo mundo que visita a instituição fica tocado, porque é uma obra de Deus. Eu vi como funciona a tecnologia, o amor e o carinho que os médicos, enfermeiros e todos que trabalham aqui têm pelos pacientes. Desde aquele dia, minha vida mudou porque hoje eu carrego o Hospital de Amor dentro de mim, para tudo que eu faço e para todo lugar que eu vou.”

Ao longo da sua jornada, Filipe enfrentou diversos desafios e precisou focar no seu objetivo para atingir o seu propósito, porém, quando ele realizou o seu desejo de atravessar a América e voltou para o Brasil, ele não conseguiu encontrar um sentido e desenvolveu depressão.

Durante a palestra, Masetti compartilhou esse relato com os colaboradores do HA e confessou para o público que, antigamente, ele tinha vergonha de falar sobre este assunto que, diversas vezes, há um tabu na sociedade pela falta de conhecimento sobre esta doença.

Durante esse período difícil, Filipe veio até o Hospital de Amor palestrar para os pequenos pacientes da instituição e, a partir de então, ele reencontrou o propósito para a sua vida. Ele relata que quando descobriu o custo de manter o hospital e a importância do diagnóstico precoce, uma luz se acendeu. “Eu pensei ‘posso ajudar, posso fazer alguma coisa’, então, abri o Google Maps e faltavam 7.500 quilômetros para chegar ao Ushuaia, na Argentina, e falei: é para lá que eu vou”.

O propósito, que agora estava reestabelecido na sua vida, fez ele se aventurar em uma segunda jornada pedindo doação para o Hospital de Amor e alertando a população sobre a importância do diagnóstico precoce do câncer.

Ao ser questionado sobre uma história que lhe marcou, emocionado ele relembrou do caso de um paciente que foi diagnosticado com retinoblastoma – o câncer nos olhos mais comum na infância, que acomete crianças menores de 5 anos.

“Eu estava no Paraná quando conheci uma família. Eles tinham quatro filhos e um deles era muito pequenininho, eles amavam cavalos e eu deixei que brincasse com os meus. Durante a conversa, eu falei sobre um exame muito fácil de fazer para identificar uma doença de olho. Expliquei que era simples, que bastava tirar uma foto com flash do celular e caso aparecesse um reflexo branco em um dos dois olhos, era interessante procurar um médico porque poderia ser um câncer. Após a conversa, eu fui embora e continuei minha viagem.

Passaram-se duas semanas, eu estava em Londrina (PR) porque iria fazer uma entrevista. Estava almoçando em um restaurante, quando de repente alguém tocou nas minhas costas. Eu me virei e encontrei uma mãe chorando demais, eu a abracei porque não estava entendendo nada e quando ela se acalmou, me lembrou quem era e disse que fez o teste no filho dela, viu o reflexo, procurou um médico e ele realmente estava com um câncer.

Me contou também que fizeram os exames e eles já iriam iniciar o tratamento. Eu tenho contato com a família até hoje, infelizmente ele perdeu a visão, mas graças a Deus, ele sobreviveu.”

Ao conversar com os colaboradores do Hospital de Amor, ele conta este caso e revela que se sente feliz por apoiar esta causa e ser uma parte pequena de uma ‘obra divina’. Ele também relata sobre a importância do trabalho coletivo. “Somos mais fortes juntos. A minha jornada me mostrou isso, que sozinho a gente não faz nada nessa vida”.

Um dos objetivos da palestra “Desbravando Horizontes: A Jornada do Cavaleiro das Américas” era mostrar para o público que é possível realizar os seus sonhos e alcançar o seu propósito. Masetti falou também da importância de ter um bom planejamento estratégico, ‘com foco, força e fé’, para chegar no seu objetivo com garra e determinação.

O evento, que reuniu mais de 500 colaboradores no Centro de Eventos Dr. Paulo Prata e contou com uma intérprete de libras, foi viabilizada pelo Ministério da Cultura, por meio do PRONAC (Lei Rouanet).