Como transformar em poesia o que toca o seu coração?

02 de Maio | 2024

O fluxo do hospital é contínuo, a dinâmica é acelerada, entre acessos, medicações, procedimentos e muita atenção, os Doutores Bobologistas entram nesse trânsito e causam um movimento extracotidiano no espaço. Estamos andando na corda bamba entre amor e dor.

Lá vem os palhaços… não, não venha.

O Dr. Balako e a Dra. Ricota receberam o pedido para não entrar no quarto 10, pois a mãe tinha recebido uma notícia ruim. Dias depois, os dois palhaços receberam um reforço especial, o Dr. Figuerino. Atravessamos a fronteira entre o corredor e o quarto… Da porta, vimos lágrimas e tristeza de uma mãe que não estava pronta para lidar com os próximos passos.

Bom, os palhaços precisam ver além do que está estabelecido, e numa apresentação de nomes, descobrimos que tinha uma “cantora famosa” no quarto. Foi ali que nos conectamos com a mãe, tia e a criança para cantarolar a música criada pelo Dr. Figuerino. Nos olhos da criança tinha a luz da brincadeira, que se alegrara pela agitação daquele quarto.

Não sei o que aconteceu depois, não pretendo saber. Sei que aquele momento foi potente para lembrar do quanto a figura do palhaço pode ser capaz de ressignificar o espaço. Da dor, vi só o amor criado por um coro que cantava a canção.

Dra. Ricota
Hospital de Amor – Unidade Infantojuvenil