As Peripécias da Voz do João: Memórias de uma Avó Galinácea

02 de Maio | 2024

Naquela tarde, na unidade Infantojuvenil do Hospital de Amor, uma voz singular ecoou pelos corredores, despertando a curiosidade de todos. Era uma voz com história para contar, daquelas que sabem bem o que dizer.

– “Quem é você?” Indagou o Dr. Balako.

– “Eu sou a avó do João”. Respondeu a senhora.

– “Ahhh, entendi, você é a VOZ do João!” Brincou o Dr. Ossildo, enquanto nós, doutores perplexos, tentávamos entender a situação.

Para nós, até começou a fazer sentido, afinal, João estava dormindo e não poderia falar conosco, a menos que fosse sonâmbulo. Continuamos nossa consulta até que finalmente compreendemos que aquela senhora era também a avó de João.

Mas para entendermos o agora, precisávamos entender o antes. E no emaranhado de risadas e surpresas, Dona Maria nos contou que além de ser a avó de João, ela também tinha uma história curiosa com galinhas.

Ela, que em sua juventude morou em Porto de Galinhas (PE), tinha o hábito de “pegar emprestado” as galinhas da vizinha para preparar a sua comida. Para não deixar vestígios, enterrava bem o bico e as penas do pobre animal.

E por que esse estranho costume? Bem, a minha impressão é que ela tinha medo de que, se não enterrasse o bico, a galinha fosse abrir o bico e revelar como desaparecera.

Dona Maria, após muitas peripécias envolvendo galinhas e pauladas, percebeu que sua dor de cabeça havia passado. Curioso, não?

E assim, concluímos que quando ela lembrava das “galinhadas” que dava, ajudava a aliviar sua própria dor de cabeça. Ah, como são intrigantes os mistérios da vida, especialmente quando envolvem galinhas e avós astutas como Dona Maria!

Dr. Balako
Hospital de Amor – Unidade Infantojuvenil