Encontros Musicados

22 de Março | 2024

Em uma das visitas domiciliares que fizemos, foi possível identificar uma conexão bastante interessante a partir de um elemento importante para o paciente.

Visitamos um paciente que durante sua vida inteira se dedicou ao ofício da música. Em sua casa ficavam expostas as suas ferramentas de trabalho para que todos pudessem ver: belas guitarras e violões de modelos diferentes compunham o cenário, instrumentos que fizeram parte de sua carreira desempenhando um papel fundamental para o seu trabalho.

Durante o atendimento, buscamos saber mais sobre sua carreira musical e ele nos contou algumas histórias de quando tocou na banda de artistas famosos do universo sertanejo, como: Sérgio Reis, Alceu Valença, e outros músicos renomados.

Nos contou uma história de quando tocou com a banda do Tim Maia, e o próprio Tim Maia não compareceu para o show, causando uma grande confusão em que a plateia queria até arrumar briga com os músicos que estavam lá, esperando para tocar com o grande nome da noite.

No meio de tantas histórias, destacamos os momentos em que os olhos dele brilhavam ao falar de música e sobre sua carreira. Ali, ele se sentia potente, com propriedade para falar e nos dar informações preciosas sobre esse universo.

Isso reforça a importância de uma das principais abordagens que utilizamos como técnica para os atendimentos bobológios: a escuta.

É a partir da escuta ativa que damos protagonismo para o paciente, para que se sinta potente ao nos trazer o seu universo particular, falando e brincando sobre algo que não é a doença que o aflige tanto, trazendo um frescor e respiro no meio de uma visita junto a equipe médica.

Nesses momentos, sentimos que o encontro entre as práticas bobológicas e medicinais têm um efeito bastante positivo para a visita, proporcionando uma conexão profunda a partir do encontro com os pacientes e suas histórias.

Dr. Figuerino TãoBelo QuantoFino
Hospital São Judas